Campo Ecológico: Biodegradação de herbicidas e pesticidas


Recentemente eu li um artigo em um jornal ,sobre uma técnica apresentada pela Universidade de Computensian de Madrid, sobre a descontaminação de solo e água, essa reportagem me deu à luz para escrever um artigo sobre a degradação dos herbicidas e pesticidas.A idéia partiu do principio que à crescente compreensão de práticas que afetam o ambiente tem aumentado a sensibilidade publica para risco em potencial associado com o amplo uso de inseticidas químicos na agricultura moderna. A contaminação de lençóis d’água, a poluição de ribeirões, resultando em dano na vegetação aquática, e o desenvolvimento de insetos resistentes a esses agentes químicos, que provoca a necessidade de aumentar as dosagens, são alguns dos problemas associados com o uso disseminado de inseticidas químicos.
Embora a aplicação em larga escala de herbicidas e pesticidas na agricultura possa melhorar a produção agrícola, são levantadas questões sobre os efeitos a curto e a longo prazo dessas substancias no ambiente e na saúde do homem.
O mercado mundial de agroquímicos movimenta atualmente US$ 30 bilhões e de fertilizantes US$ 50 bilhões. O Brasil é o 5º maior consumidor de pesticidas e movimenta US$ 2,5 bilhões. Os herbicidas representam a maior parcela tanto em âmbito mundial como no Brasil. Calcula-se que somente cerca de 0.1% atinge o alvo específico enquanto os restantes 99.9% da aplicação tem potencial para se mover em diferentes compartimentos ambientais tais como o solo e águas residuais e subterrâneas.
A prática mundial do uso de agroquímicos por longos períodos, muitas vezes indiscriminada e abusiva, vem trazendo preocupações à autoridades públicas e aos envolvidos com saúde pública e sustentabilidade dos recursos naturais, em conseqüência da contaminação ambiental. O Brasil tem uma diversidade imensa de sistemas ecológicos únicos e sensíveis, alguns dos quais submetidos à agricultura intensiva.
Os herbicidas triazínicos vem sendo empregados na agricultura para o controle de ervas daninhas, devido a capacidade destes compostos orgânicos em inibir a fotossíntese. Dentre eles destacam-se a atrazina, simazina, propazina e ametrina. A atrazina em uso há mais de 30 anos, representa 12% (mais de 40 000 toneladas/ano) de todos os pesticidas empregados nos Estados Unidos em culturas de milho, sorgo, cana e abacaxi como também é largamente empregada nos Estados centrais e moderadamente em Estados do leste. O Brasil com as culturas da cana e milho na liderança,emprega também elevadas quantidades de herbicidas triazínicos. Das 150 000 toneladas/ano dos pesticidas consumidos, cerca de 33%, são herbicidas; somente a cultura de cana de açúcar, vem consumindo acima de 20 000 toneladas, que representa em torno de 13% do total de pesticidas.

A maioria dos compostos orgânicos, xenobióticos, tais como agroquímicos em geral, não se perpetuam no ambiente, pois podem ser biodegradados pela ação de organismos vivos presentes na natureza, que atacam a estrutura molecular destes compostos orgânicos. Os microrganismos pela sua capacidade degradadora, participam de forma significativa na eliminação ou redução acentuada dos níveis de pesticidas empregados na agropecuária. No entanto, dependendo da natureza quali e quantitativa do composto empregado e das características gerais do solo, ocorre o acúmulo a índices considerados tóxicos.
A degradação parcial da molécula de atrazina por fungos tais como Aspergillus fumigatus e Rhizopus stolonifer foram relatados, embora a maioria das ações microbianas relatadas, recaem sobre bactérias do gênero Rhodococcus, Nocardia, Bacillus e principalmente Pseudomonas, um gênero bastante versátil também com habilidade para degradar 2,4-D. A mineralização completa da atrazina por um único microrganismo não é comum, mas consórcios empregando 2 ou mais espécies diferentes são capazes de mineralizar atrazina. Pode-se concluir que espécies do mesmo gênero e mesmo subspécies podem apresentar capacidades metabólicas distintas que traduzem em habilidade de degradar compostos orgânicos os mais diversos. Os isolamentos a partir de amostras de solo de locais diferentes tem conduzido a diversidade de isolados, resultados as vezes concordantes outras discordantes, embora sempre resultados que acrescentam aos achados anteriores.
Um método alternativo atraente para o controle de insetos que danificam as plantas é a aplicação de microrganismos que infectam e matam especificamente os insetos, sem lesar as plantas. O Bacilus thuringiensis tem sido utilizado comercialmente há vários anos para o controle de lepidópteros ( borboletas e mariposas, por exemplo).
Bacilus thuringiensis
Todavia a natureza é sem duvida perfeita, o solo com toda sua riqueza microbiótica , recebe esse agentes químicos e o degrada, mas isso leva tempo, a natureza não consegue acompanhar o ritmo avançado da agricultura que usa demasiadamente os herbicidas e pesticidas, até a natureza renovar o solo e a água, toda o meio ambiente já estará comprometido . O homem deve sempre buscar meios para amenizar todos os problemas que esses venenos causam a natureza.

0 comentários: